O Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) aprovou o primeiro pedido de patente da GE no Brasil. O método desenvolvido pela companhia melhorará o processo de produção do etanol celulósico, produzido a partir da biomassa. O pedido de patente verde foi aprovado em 18 meses, tempo considerado recorde. “Isso é um feito muito importante para GE e para o Brasil”, disse Suzana Domingues, líder da área de Sistemas de Bioenergia do Centro de Pesquisas Global da GE no Brasil.

Inaugurado em novembro de 2014, a unidade brasileira conta com outros dez pedidos de patente em andamento, algum relacionas a eficiência energética e ao setor elétrico. “A GE entendeu que era importante colocar patentes no Brasil que se relacionam com os desafios brasileiros”, destacou Suzana. “Todas as patentes têm o objetivo de melhorar algum aspecto ou de trazer uma inovação. E sempre que se traz uma inovação você pode gerar benefícios tanto econômicos quanto de tecnologia que podem ser aplicados no Brasil como em outras partes do mundo”, completou.

Uma das principais matérias-primas usada para produção do etanol celulósico é a biomassa composta pelos rejeitos e resíduos das colheitas. Hoje, com a demanda por eletricidade em alta, a biomassa produzida pela indústria sucroalcooleira está prioritariamente direcionada para a geração de energia. “O equilíbrio entre o quanto você precisa gerar energia e o etanol pode trazer vantagens para os dois lados. É importante esse equilibro, principalmente porque hoje a gente está com déficit de energia, mas em outro momento podemos estar com déficit de etanol”, lembrou Suzana.

Ao longo de dois anos, os pesquisadores do Centro brasileiro da GE, em parceria com a matriz do Centro em Niskayuna, no estado norte-americano de Nova York, estudaram processos e melhorias que irão proporcionar maior eficiência e economia à indústria, bem como reduzir o impacto ambiental causado pela produção do biocombustível. O pedido de patente verde depositado pelo Centro brasileiro foi analisado no tempo recorde de 18 meses, contra os cerca de 8 anos do backlog atual do INPI.

A patente verde nacional visa recuperar e reaproveitar recursos utilizados na produção do etanol celulósico, o que proporcionará um processo mais competitivo em termos de custo. Atualmente as enzimas essenciais para a eficiência da etapa de hidrólise, que dá acesso aos açúcares para a etapa seguinte de fermentação, correspondem a 40% dos gastos operacionais e são descartadas após o uso. O método proposto pela GE permitirá que a indústria recupere mais de 25% do total de enzimas usadas no processo. Além disso, a implementação da tecnologia da GE possibilitará uma redução no volume gerado de vinhaça, a partir do reaproveitamento parcial da água utilizada.