A dinamarquesa Vestas deverá inaugurar a sua nova fábrica no país no quarto trimestre deste ano, resultado de um investimento de R$ 100 milhões anunciado em meados de 2014. Ao mesmo tempo, a empresa já assegurou parcerias com a Aeris e ABB para a produção de geradores localmente e assim atender as regras do BNDES para conteúdo local dos equipamentos a serem financiados pelo Finame.

De acordo com o vice presidente executivo e COO da Vestas, Jean-Marc Lechêne, a estratégia para o Brasil está tendo um bom progresso. Ele destaca que a companhia já anunciou recentemente 286 MW em pedidos e que a companhia está se preparando para participar com clientes dos próximos leilões de geração que começam neste final de mês. Por enquanto, a empresa tem no foco a sua adequação às regras locais mas ao passo que receber novos pedidos a empresa considera o que chamou de ativa elementos adicionais no plano de investimentos que está em curso no país.
“Estamos fazendo um bom progresso [no Brasil]. Para atender aos requerimentos de conteúdo local, a Vestas vai produzir turbinas de 2 MW em nossa fábrica localizada próxima a Fortaleza e que está em construção. Nós assinamos ainda um acordo com a Aeris para a produção de pás e com a ABB para a fabricação de geradores localmente”, explicou o executivo em entrevista à Agência CanalEnergia.
Nessa fábrica, a Vestas produzirá o hub e a nacelle como parte da exigência que o BNDES tem para que o equipamento seja incluído no Finame. E na Aeris, explicou Lachêne, há um investimento em conjunto para configurar a fábrica para a produção das pás para a Vestas. Todas essas medidas fazem parte do plano da multinacional dinamarquesa para reforçar sua presença no país, onde já possui quase 1 GW em pedidos e alcançar o que classificou de “nossa participação de mercado justa no Brasil”.
A companhia não divulga suas metas de vendas ou de participação de mercado pretendidas. Diz que a estratégia para o Brasil foi tomada porque o país é um mercado chave em crescimento. “Mas eu gostaria de enfatizar que mesmo o fato de o Brasil, China e Índia serem mercados importantes para nós, temos uma estratégia de crescimento global. Em 2014 asseguramos pedidos em 31 países, entre eles, Chile, Costa Rica, Jamaica, Uruguai e Guatemala, isso pensando apenas na América Latina”, afirmou Lachêne.