A Shell quer aproveitar esse período de transição energética em voga no mundo para expandir a sua área de atuação no Brasil. A empresa mais conhecida pela produção e exploração de petróleo e gás, além dos postos de combustíveis, quer também agora fincar sua bandeira na produção de energia elétrica. O foco está voltado para as fontes renováveis, solar e eólica, e térmicas a gás.

O presidente da companhia, André Araújo, falou nesta quinta-feira, 22 de agosto, sobre as perspectivas de investimentos nesses novos segmentos. “Estamos nesse momento desenvolvendo o plano de transição energética do Brasil. E nós temos um grupo de profissionais aqui no Brasil bastante integrados com o nosso grupo lá fora olhando um número grande de alternativas na área de gás, geração de energia, energia eólica e energia solar”, afirmou o executivo após participar de evento da empresa no Rio de Janeiro.

Segundo o executivo, não há prazos específicos para investimentos, pois a decisão será feita baseada na viabilidade econômica dos projetos. “Mas o objetivo de olhar os mercados de energia renovável e de geração de eletricidade é uma prioridade do grupo”, reforçou. Araújo confirmou que a empresa já analisa um projeto solar em São Paulo.

“A gente já se sente confortável hoje para avaliar alternativas tanto de projetos greenfield quanto de uma aquisição”, frisou Araújo, que lembrou que empresa vem se aproximando do setor elétrico desde o ano passado, quando surgiu como supridora potencial da térmica a gás Vale Azul.

No curto prazo, dois leilões estão no radar da empresa: o A-6 e o de Sociedades de Propósito Específicos da Eletrobras (SPES). Araújo foi sintético nas respostas sobre os dois negócios afirmando apenas que “nosso time está olhando alternativas em várias áreas”. O executivo também garantiu a continuidade da participação nas atividades de exploração e produção de petróleo e gás, inclusive no pré-sal. A empresa também participa de joint-venture com a Cosan, na Raízen Energia, que produção energia a partir da biomassa.