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A comercializadora Linkx entrou com pedido de recuperação judicial na 2º Vara de Falências e Recuperações Judicias de São Paulo na última quinta-feira, 18 de abril. A medida é consequência do prejuízo de R$ 26 milhões sofrido no primeiro trimestre de 2019 por causa da reviravolta no cenário de preços da energia, que resultou num calote R$ 13 milhões por parte da Vega Energy. A sequência de fatos comprometeu o caixa da Linkx e o lastro para as suas operações em 2019. Não fosse o trabalho de trading da empresa, o prejuízo teria alcançado R$ 52 milhões no começo do ano.

Segundo a petição inicial, a qual a Agência CanalEnergia teve acesso, a Justiça ainda não avaliou se vai ou não aceitar o pedido. A ação pede a inclusão da empresa Indeco no processo, por entender que a prestadora de serviços de consultoria, gestão e abastecimento de energia e águas para consumidores faz parte do grupo e tem negócios vinculados. A Indeco também é uma empresa da Família Santoro. O grupo Linkx-Indeco se comprometeu em apresentar o plano de recuperação judicial em 60 dias. A Indeco também sofreu prejuízos com a perda de clientes e receita de prestação de serviço por conta de crise.

O pedido também pede que a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) mantenha o cadastro da Linkx ativo para fins de registros de contratos de compra e venda de energia; que a CCEE se abstenha de promover a redução e/ou cancelamento de contratos da Linkx, bem como de aplicar multas e penalidades em decorrência do não aporte de garantias.

Falência põe em risco contrato de R$ 1 bilhão

Fundada em 2012, a Linkx comercializava 20 MWmédios em 2017, com lucro anual de R$ 4 milhões, segundo os autos do processo. Em 2018, passou a operar 300 MWmédios, vendendo energia para 40 comercializadoras e uma carteira de clientes finais com mais de 57 empresas, totalizando 140 unidades fabris.

De janeiro a setembro de 2018, a Linkx acumulou um resultado positivo de R$ 6 milhões, com projeção de que o resultado chegaria a R$ 12 milhões até o final do ano. A Linkx havia comprado diversos contratos de longo prazo com preços médios de R$ 350/MWh, que lhe dava uma grande expectativa de sucesso, uma vez que os contratos de venda apontavam para preços acima de R$ 400 o MWh.

Contudo, a partir de outubro o cenário caótico do mercado fez os preços caírem. O resultado positivo de R$ 6 milhões foi revertido para um prejuízo de R$ 4,24 milhões, comprometendo todas as operações em 2019.

Com base na previsão de que os preços seriam inferiores a R$ 100/MWh em 2019, a Linkx cometeu outro erro: negociou diversos contratos a preço médio de R$ 180/MWh, a fim de recuperar o prejuízo de 2018 e recompor caixa. O preço subiu repentinamente e deixou a empresa exposta em contratos de energia.

Para piorar, a Vega Energy, outra comercializadora que deixou um rombo de R$ 200 milhões no mercado por causa da volatilidade dos preços, também aplicou um calote na Linkx no montante de R$ 13 milhões.

Devido à repercussão negativa da crise no mercado livre de energia, outras comercializadoras passaram a rescindir contratos com a Linkx, retirando ainda mais energia do seu balanço. Esses foram os casos da Leros e da Bioenergia, que rescindiram contratos nos valores de R$ 32 milhões e R$ 6,2 milhões, respectivamente.

Antevendo a dificuldade de adimplir com os seus contratos, a Linkx iniciou uma negociação com 12 comercializadoras, devolvendo, inclusive, os valores já pagos por estas. Porém, não obteve êxito.

A Linkx firmou um contrato de compra e venda de energia com MDF Energia & Agronegócios, responsável pela exploração de usinas eólicas. O contrato foi firmado em abril de 2018 e é avaliado em R$ 1,26 bilhão. O período de fornecimento é de junho de 2020 a 21 de dezembro de 2039. Porém, sem a proteção da recuperação judicial, a falência da Linkx resultaria no cancelamento dos contratos de compra e venda de energia, prejudicando também da MDF.

“É, portanto, no contexto desta crise, que a concessão da recuperação judicial se mostra essencial para que a Linkx possa equalizar os passivos oriundos do forte baque que a levou a situação de crise econômica e financeira, sentida por todo grupo Linkx-Indeco”, diz o documento assinado pelo escritório Bichara Advogados.

Procurada, a Linkx não respondeu até o fechamento da reportagem.