Diante da pior crise hídrica em quase um século, o diretor-presidente da Neoenergia, Mario Ruiz Tagle, afirmou em teleconferência com analistas que a expectativa da bandeira tarifária de energia se mantenha em patamares elevados nos próximos meses para diminuir o impacto de um futuro empréstimo das distribuidoras.

O executivo disse que apesar de as chuvas de outubro estarem vindo com mais regularidade, ainda são insuficientes para deixar o setor em situação confortável. “As chuvas de outubro não resolvem o problema hidroenergético do Brasil”.
Ele considera prudente reavaliar uma possível mudança de bandeira apenas em 2022, após os meses de fevereiro e março, quando o ciclo de chuvas já terá se manifestado e os meteorologistas já saberão qual vai ser a capacidade de acumulação nos reservatórios. “Nossa expectativa é que a bandeira chegue a verde no mínimo em seis ou oito meses”, prevê.

Socorro às distribuidoras
O executivo comentou sobre o novo empréstimo setorial que está sendo tratado no âmbito da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) para cobrir o custo térmico das concessionárias. Ele afirma que isso é um reflexo do que tem acontecido com a economia no mundo, com o dólar e os combustíveis subindo. “O objetivo é reduzir os impactos de tarifa que a inflação e o custo da energia estão trazendo”.

Segundo Tagle, ainda não se sabe o cálculo exato deste fundo para socorrer as empresas, mas considera importante esse recurso adicional ao setor elétrico para conseguir dar segurança energética ao país dada a crise hídrica que o Brasil passa.

“Já temos experiência nesse tipo de solução e isso nos permite trabalhar de forma acelerada, para que se necessário, a gente possa recorrer a esse recurso”, diz.