Um estudo realizado pela consultoria de gerenciamento e aceleradora Quintessa mapeou 192 startups brasileiras que podem ajudar a resolver a questão energética do país. Os principais potenciais apontam para três áreas urgentes: uso de fontes renováveis, eficiência energética, monitoramento e gerenciamento de energia.

Segundo o levantamento grande parte das empresas de inovação identificadas tem capacidade de auxiliar a indústria privada e setores públicos na melhor utilização de recursos energéticos, na oferta de energias ambientalmente mais amigáveis, além de ajudar a entender possíveis e melhores cenários futuros.

Um dos destaques é o número de 100 startups com foco em energia solar, o que demonstra a força e crescente demanda por essa fonte e pela necessidade de diversificação da matriz brasileira, ainda muito dependente das hidrelétricas.

Plataforma da startup de inteligência de dados Greenant, comprada pela AES Brasil em dezembro

Para a publicação a fonte também gera impactos sociais, sendo geradora dos chamados “empregos verdes” e se apresentando como uma alternativa em termos de acesso e viabilidade para quem ainda não a tem, sem contar na grande parte dos brasileiros que está sendo impactada com o aumento da conta de luz.

Um desses casos é o da Revolusolar, que instala placas fotovoltaicas em comunidades cariocas como Chapéu Mangueira ou Babilônia, ou ainda da Litro de Luz, que está levando energia limpa para muitas comunidades remotas no Brasil e já faz parcerias com diferentes empresas.

Já no campo da energia eólica, que representa quase 10% da matriz nacional, foi encontrada somente uma startup, mas a aceleradora ressalta que alguns negócios que oferecem assinatura de energia limpa incluem os aerogeradores entre as tecnologias possíveis.

Na parte de eficiência energética a representatividade das empresas mapeadas chega a 20% com o foco em otimizar a geração de energia utilizando menos recursos naturais ou custos. Alguns exemplos são soluções que se acoplam a chuveiros para aquecer a água gastando menos energia, ou como a Energia das Coisas, que monitora todos os equipamentos eletrônicos e propõe planos para economia de energia.

Neste mesmo sentido, há 21 especializadas ou 11% em gerenciamento de energia para companhias ou indústrias, que conseguem entender as necessidades e apresentar as melhores soluções em energias renováveis.

Outro exemplo é a Lemon Energia, que desenvolveu um sistema que conecta PMEs e geradoras de energia eólica, solar ou de biogás. Assim possibilita que comércios e donos de estabelecimentos contratem eletricidade diretamente de um fornecedor, permitindo negociar preços mais baixos e ainda sabendo que consumirá energia de uma fonte limpa.

O estudo também demonstra que há startups com este intuito espalhadas pelo Brasil, a maioria no Sudeste, especificamente em São Paulo (40%), seguido de Minas Gerais (15%) e Rio de Janeiro (10%). Esse padrão é comum para qualquer segmento, dado que a região concentra a maior base de empresas e de produção de energia do país. Vale o destaque para Minas Gerais, que concentra 20% da produção de energia solar do Brasil, contando com mais da metade das startups do estado neste segmento, 15 no total.

Ainda neste viés de estudos, a Agência Internacional de Energia produziu relatório em outubro de 2020 afirmando que os investimentos em projetos energéticos descarbonizados devem triplicar em dez anos para alcançar a neutralidade de carbono em 2050, sinalizando a aderência aos temas mencionados acima.

(Nota da Redação: matéria atualizada às 12:04 horas do dia 26 de janeiro para correção do número de startups, são 192 e não 194 como informado anteriormente pela consultoria)