A decisão do Petrobras em ter de 6% a 15% do investimento total destinado a negócios de baixo carbono também poderá envolver renováveis. De acordo com a Gerente Executiva de Mudança Climática, Viviana Coelho, que participou na última sexta-feira, 2 de junho, de painel no Fórum Brasileiro de Líderes em Energia, no Rio de Janeiro (RJ), esse direcionamento vai permitir que o portfólio da companhia comece lentamente a ter maior participação desses setores, obtendo de forma rentável uma diversificação no negócio da estatal. O percentual de investimento foi divulgado na revisão do Plano Estratégico 2024-2028, no dia 1º de junho.

Ainda de acordo com ela, a Petrobras reduziu 40% da suas emissões absoluta desde 2015. Essa redução teve como base a eficiência. No segmento de exploração e produção, a emissão de um barril é metade do que era em 2009. ela conta que esse resultado foi obtido através de um conjunto de ações em temas como eficiência energética e redução de perdas e flares. A gerente da Petrobras apontou ainda que a descarbonização está presente no plano estratégico da empresa, com uma alto grau de conscientização do assunto.

A intenção da petroleira é que os produtos produzidos sejam os melhores em carbono. “Se a gente produz óleo e gás para a demanda mundial, que seja um produzido com mais responsabilidade ao carbono que o dos demais players”, avisa. Segundo ela, a média mundial de um barril é 70% acima daquele extraído na camada pré-sal.

A CEO da Spic Brasil, Adriana Waltrick, que também participou do mesmo painel no Fórum, vê o Brasil como um país que já é renovável, por conta de ter 85% da sua eletricidade já limpa. Ela quer trazer o ritmo de crescimento da gigante chinesa, que tem 22 GW em operação, para o Brasil. A executiva pediu atenção ao curto prazo, para a ampliação das UHEs existentes, em que haveria 11 GW disponíveis para tal, mas que esbarram em falta de regras. A Spic deseja aumentar a capacidade da UHE São Simão (MG – 1.710 MW) e já estaria com as obras civis prontas. “É só a regulamentação nos ajudar a chutar essa bola, que está na pequena área, avisa.

Ainda de acordo com ela, a precificação correta dos serviços ancilares é necessária, assim como os leilões de reserva de capacidade. Para ela, o desenvolvimento H2 verde vai necessitar de esforços conjuntos das iniciativas públicas e privadas na área de oferta e demanda e dos incentivos de modo que o preço fique competitivo e o Brasil ocupe o lugar desejado pelo mercado. “Precisarão fazer conta juntos”, aponta.