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Para mitigar o impacto do curtailment nos estados do Rio Grande do Norte e Ceará, o Operador Nacional do Sistema Elétrico irá sugerir ainda este ano ao Ministério de Minas e Energia a instalação de três compensadores síncronos em subestações estratégicas do Rio Grande de Norte e Ceará. As medidas estarão no Plano de Operação do Médio Prazo (PAR-PEL). De acordo com o diretor de Planejamento do ONS, Alexandre Zucarato, a expectativa é que os cortes na geração sejam reduzidos, embora saliente que eles não irão acabar. Zucarato e a diretoria do ONS concederam entrevista a jornalistas nesta quinta-feira, 12 de dezembro. “A ideia é que os cortes provocados por dificuldade de escoamento na rede elétrica diminuam”, explica.
Os equipamentos seriam capazes de suportar perturbações. A geração renovável nesses locais é suportada por inversores. “Essa geração não tem a mesma resiliência de suportar uma geração conectada de forma síncrona, como uma UHE ou UTE”, afirma. O sumário do Par-Pel já apresentará a direção das medidas.
A expectativa é que todo o processo de instalação dos compensadores possa durar até três anos. A partir da indicação do ONS, o MME decidirá a forma como isso se viabilizará. A Empresa de Pesquisa Energética deve ser consultada e há a chance de inclusão no Plano de Outorgas, podendo ser licitado ou autorizado. Caso entre em uma licitação, o próximo leilão será em outubro de 2025 e o prazo para inclusão do lote seria exíguo, A autorização seria um caminho mais curto.
Como medidas mitigatórias. em outubro a entrada da LT Dunas reduziu o impacto dos cortes de geração no Rio Grande do Norte e Ceará. Antes do natal, haverá um by pass em um banco capacitor de série na LT Barreira – Rio das Éguas, impedindo a sobrecarga em equipamentos.
Para o sudoeste da Bahia, serão criados dois caminhos paralelos para LTs que amenizarão os cortes e melhoram os fluxos de energia. Essa solução estrutural atende uma linha crítica no estado que estava prevista entrar em operação em 2028 mas será antecipada pelo empreendedor para o primeiro semestre do ano que vem. “Já estamos na fase final de integração desse ativo”, avisa.
Ainda de acordo com Zucarato, não é possível mensurar o percentual de quanto essas medias irão reduzir o curtailment e nem em quanto tempo. Ele lembra que o racional da operação mudou desde 15 de agosto de 2023 – quando uma perturbação no sistema fez com o Esquema Regional de Alívio de Carga atuasse – e que os modelos que simulavam a operação estavam divergentes da realidade operativa. “Todo o racional pré perturbação de certa forma foi contaminado por um simulador que foi alimentado com informações imprecisas”, salienta.
Segundo ele a transmissão não é expandida para escoar toda e qualquer geração, mas sim para escoar a geração explicada pelo crescimento de carga. Por conta da sobre oferta de energia no sistema, em alguns cenários os cortes na geração continuarão a ocorrer. O operador tem tentado mitigar esses cortes através de antecipação de obras, medidas operativas, atualização de dados e aperfeiçoamento de controle . “O corte faz parte de qualquer operação com geração renovável não controlável”, enfatiza.
Também presente a coletiva, o diretor Christiano Vieira deixou claro que a solução para o curtailment não passa apenas pelo ONS, mas sim por todos os órgão da governança setorial. Ele lembra que os cortes são para dar confiabilidade ao sistema, o que interessa a todos. O diretor lembrou da consulta pública que está aberta sobre o tema. Parte da mitigação poderia vir da norma que a Agência Nacional de Energia Elétrica estipula para o rateio dos cortes entre todos os geradores. “É uma discussão fundamental que pode trazer fôlego e equilíbrio ao sistema”, pondera.
(Matéria ampliada para inclusão de informações)