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A Migratio, comercializadora do interior do estado de São Paulo, encerrou ano passado um aumento de 47% no seu faturamento, batendo nos R$ 352 milhões. Foram comercializados, nos doze meses, 220 MW médios. De acordo com a companhia, esse resultado foi acima do esperado até pelo seu perfil de atuação de ser mais conservadora nas suas operações ao não atuar no trading.

Hélio Lima, sócio-diretor do Grupo, comentou em entrevista ao CanalEnergia que a estratégia da companhia mudou ao longo de 2024, ante a realidade que o mercado mostrava. Entre essas alterações de rumo estavam a mudança do patamar de preços de energia no mercado livre e a rápida expansão que a abertura de toda a alta tensão proporcionou.

“O resultado surpreendeu”, admitiu ele. “Havia o consenso de que 2024 seria desafiador, vínhamos de dois anos de preços sem volatilidade e quando deixou o piso do PLD estávamos bem posicionados, com lastro, elevando nosso resultado do ponto de vista financeiro”, destacou ele ao lembrar que a empresa, desde sua fundação, tem como comprar e vender energia e não atuar na comercialização da chamada ‘energia de papel’.

Já no que se refere à chegada do varejista, a Migratio viu uma oportunidade de crescimento no volume de clientes por meio de parceiras. Atualmente, conta Lima, a empresa está com 80 consultorias que atuam na prospecção de clientes varejistas. O executivo ressaltou que esse modelo foi bem sucedido tanto que 85% dos clientes nessa modalidade chegaram à carteira da empresa por esse caminho. “Do total 15% vieram da nossa equipe comercial. Hoje são 400 clientes varejistas”, sinalizou.

Vínhamos de dois anos de preços sem volatilidade e quando deixou o piso do PLD estávamos bem posicionado com lastro, elevando nosso resultado do ponto de vista financeiro
Helio Lima, da Migratio

No balanço, que ele faz do ano passado, aponta que houve crescimento orgânico com os consumidores no ACL na modalidade atacadista, resultado dessa política de atuação da Migratio. Ao olhar para 2025, Lima acredita que o mercado continuará em expansão para a companhia. Ele diz que não deverá ser verificada a disparada observada em 2024 no volume de varejistas, mas que a tendência é de manutenção do crescimento da modalidade. “O desafio é fazer com que a informação chegue às pessoas, ainda há muitas empresas que são elegíveis, mas que não tomaram a decisão pela migração”, pontua. Apesar disso, reconhece que hoje está mais fácil chegar aos consumidores, pois a abertura do mercado já é do conhecimento de muitos deles.

Com a tendência de cargas menores serem a realidade das migrações ao ACL, o executivo da Migratio lembra que a companhia colocou em teste uma plataforma online para facilitar e simplificar o processo de contratação de energia na modalidade.

Para a companhia, esse canal ajudará a conquistar novos consumidores varejistas. Entre as características, ele lista que permitirá a compra online de energia e oferecerá a flexibilidade de contratos, os quais poderão ser de dois, três e quatro anos, conforme a necessidade do cliente. E ainda, o cliente varejista poderá simular sua fatura de energia no ambiente de contratação livre (ACL) e obter o tipo de energia renovável na modalidade incentivada com 50% ou 100% de desconto na TUSD.

Lima estima que, em 2025, poderá oferecer ao mercado até 40 MW médios de energia 100% incentivada. Contudo, a meta que a empresa persegue em 2025 é a de conquistar 300 novos clientes para fechar este ano com uma carteira de 850 pontos, responsáveis pela compra de 250 MW médios mensais.

“Estamos na versão Beta desde o ano passado, mas queremos que os parceiros usem a plataforma para velocidade maior na prospecção de clientes”, sugere.

O diretor do grupo ainda diz que para 2025 a expectativa é de ter em operação duas plantas de GD a biogás de aterro sanitário que estão em fase final de construção e que somam 5 MW de potência instalada ao total. Outro segmento é o de hidrogênio verde e amônia verde que deverão ter o licenciamento finalizado ainda este ano. A ideia é a de fornecer a matéria prima de forma descentralizada para o uso como fertilizantes. Em princípio, no estado do Rio Grande do Sul e se o cronograma previsto pela empresa se confirmar poderão estar em operação comercial em 2027.