A greve dos trabalhadores da Eletrobras foi suspensa nesta quinta-feira, 25 de junho, informou o sindicato da categoria. Com isso, os trabalhadores de 13 empresas voltaram ao trabalho. Apenas os colaboradores de Furnas rejeitaram a proposta e permanecem em estado de greve. A suspensão da greve atende a um pedido do vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Ives Gandra da Silva Martins Filho, que se comprometeu a encontrar uma solução que atenda aos anseios dos funcionários de Furnas. Uma audiência de conciliação está marcada para a próxima sexta-feira, 26 de junho, às 15 horas, em Brasília.

Por meio de comunicado, a Associação dos Empregados de Furnas lamentou a condução feita direção do Sintergia-RJ na assembleia, classificada como “equivocada” e “desrespeitosa”. "Não sei qual é a postura que a ASEF queria que o sindicato tivesse. Foi encaminhado uma proposta, a maioria recusou", argumentou Jorge Luiz Vieira, presidente do Sintergia-Rio de Janeiro, que defende a aprovação da proposta apresentada pela Eletrobras.

Furnas discorda dos termos apresentados para o programa de PLR para os exercícios dos próximos anos. "Furnas rejeita porque não quer um acordo para vários anos, quer no máximo dois", explicou Fernando Pereira, secretário de Energia da Federação Nacional dos Urbanitários e coordenador do Comando Nacional dos Eletricitários. Ele esclareceu que a discussão da categoria já não gira entorno do aspecto financeiro, mas sim sobre o futuro.

De acordo com Pereira, a suspenção da greve ocorreu por solicitação do TST. Foram feitas assembleias nesta quinta-feira, 25 de junho, nas bases de Campinas, Espírito Santo e Rio de Janeiro. “O pedido foi atendido e as bases suspenderam a greve", afirmou o sindicalista. A expectativa é que na próxima semana ocorram novas assembleias para discutir as condições que forem costuradas com o TST.

A proposta apresentada pela Eletrobras prevê o pagamento escalonado de PLR, variando entre 1 folha salarial (fator final 1.11) a até uma folha e meia (fator final 1.61), a depender do resultado operacional de cada subsidiária. A companhia disponibilizou R$ 295,9 milhões para os pagamentos relativos ao exercício de 2014.

A recusa dos funcionários de Furnas está relacionada ao programa de pagamento do PLR a partir de 2018. Os trabalhadores não concordam com as premissas que foram colocadas pela empresa. Entre 2015 e 2017, haverá uma regra de transição, que considerará para o pagamento do PLR: o lucro líquido da holding, o Ebitda e as metas operacionais. Para o pagamento do PLR em 2018, o pagamento será limitado a até 6,25% do lucro líquido consolidado do sistema Eletrobras, limitado a 25% dos dividendos. O pagamento será proporcional a folha de cada empresa. Do valor a ser distribuído, 60% será apurado com base nas metas financeiras e 40% com base no resultado operacional de cada empresa. Caso em 2018 não haja lucro fica assegurado o pagamento de até 75% de uma folha salarial, com base no cumprimento das metas operacionais.

A proposta foi aprovada pelos trabalhadores da Eletronorte, Eletrosul, Eletrobras (holding), Chesf, Eletronuclear, Cepel, CGTEE, Eletroacre, Ceron, Cepisa, Ceal, Boavista Energia e Amazonas Energia. A greve foi iniciada no dia 2 de junho.