A Base Rio de funcionários da Eletrobras, composta por funcionários de Furnas, Eletronuclear, Cepel e da Holding, decidiu por rejeitar a proposta de Participação nos Lucros e Resultados encaminhada pela direção da empresa e que tinha a concordância dos representantes sindicais. A assembleia de funcionários que deliberou sobre o tema foi realizada na manhã desta segunda-feira, 22 de junho, no Rio de Janeiro (RJ). Com isso, segue o impasse e a greve, que já entra na sua terceira semana, continua. As outras subsidiárias fora do estado aprovaram a proposta da Eletrobras e já estão voltando ao trabalho normal.

A Eletrobras informou à Agência CanalEnergia que em virtude da não aceitação de sua proposta de pagamento de PLR pela Base Rio e consequente manutenção da greve, sua proposta foi retirada e as negociações foram encerradas, conforme havia sido informado às entidades sindicais durante o processo. A empresa disse ainda que está tomando as providências cabíveis, incluindo a entrada na justiça do trabalho com o instrumento do dissídio e a solicitação de um interdito proibitório, que garantiria o direito ao trabalho de que não quer aderir ao movimento grevista.

De acordo com Fernando Pereira, secretário de Energia da Federação Nacional dos Urbanitários, há a possibilidade de se avaliar a realização de novas assembleias, mas desta vez em cada empresa. Ele conta que foi procurado por funcionários de subsidiárias que demonstraram insatisfação com o resultado e que querem aprovar a proposta. No ano passado, a greve da Eletrobras também foi arbitrada pela justiça do trabalho após impasse nas negociações.

O maior foco de resistência em aderir ao PLR vem dos empregados de Furnas, que teriam votado em massa contra a proposta. Segundo Pereira, há a crença nesse contingente que pode haver uma proposta melhor caso ela vá para a justiça. "Eles acham que o TST pode melhorar a proposta", explica. Segundo Jorge Luiz Vieira, presidente Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro e Região, há uma insatisfação clara dos empregados da empresa com a proposta da PLR, mas que isso não retira o caráter regional da decisão da assembleia, que foi feita em conjunto.