Na última segunda-feira, 26 de fevereiro, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, realizou uma visita à central nuclear de Angra dos Reis para conhecer as usinas da Eletronuclear. Na ocasião, ressaltou a importância da fonte para o setor energético do país e afirmou estar empenhado em encontrar soluções para conclusão de Angra 3.

O ministro iniciou a visita pelo Centro de Informações da companhia, onde o presidente da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães, e o diretor de Operação e Comercialização, João Carlos da Cunha Bastos, fizeram apresentações, respectivamente, sobre a situação de Angra 3 e o funcionamento das usinas nucleares.

Em seguida, Coelho Filho conheceu o canteiro de obras de Angra 3 e depois visitou Angra 1 e 2. Também acompanharam a visita o presidente do Conselho de Administração da Eletronuclear, Antônio Varejão de Godoy, e a diretora de Administração e Finanças, Mônica Reis.

O ministro salientou que pretende deixar as soluções para a retomada das obras de Angra 3 encaminhadas antes de deixar o ministério. Declarou que a revisão da tarifa da usina é prioridade e que vem conversando com BNDES e Eletrobras para solucionar a questão da dívida decorrente do financiamento do empreendimento. “Quero resolver essa questão de uma forma que seja boa para a Eletronuclear, a Eletrobras e o país”, comentou.

O ministro afirmou ainda que o Brasil precisa investir mais em energia nuclear, pois necessita de energia firme. Em sua opinião, esta fonte sofre resistências por falta de conhecimento. “A energia nuclear não vai substituir outras fontes de geração, mas precisa ter seu espaço na matriz elétrica”, acrescentou.

Na sua apresentação, Leonam teceu um panorama da energia nuclear no Brasil e no mundo. Em seguida, fez um apanhando do empreendimento Angra 3. “A retomada das obras da usina é uma questão de sobrevivência não só para a Eletronuclear, mas para o uso da energia nuclear no Brasil”, ressaltou.

Para o dirigente, o andamento da construção da usina depende do equacionamento de três questões. A primeira é a renegociação das dívidas decorrentes do financiamento. No momento, a Eletronuclear negocia com o BNDES e a Caixa Econômica Federal adiar o pagamento das parcelas da dívida da construção da unidade. Só para o BNDES, a empresa está pagando em torno de R$ 30 milhões por mês.

A segunda questão é a revisão da tarifa, que está defasada e não remunera os investimentos feitos pela empresa, nem o custo do financiamento. Por último, a Eletronuclear precisa fechar acordo com um sócio para concluir Angra 3. “Se não tivermos um sócio, o empreendimento fica inviável”, explicou Guimarães.

Já João Carlos da Cunha Bastos falou sobre a história das usinas nucleares de Angra e sobre a parada de reabastecimento de Angra 2, atualmente em curso. Ressaltou que, após percalços iniciais na operação de Angra 1, a central nuclear alcançou um desempenho de ponta. “Angra 1 e 2 operam no mesmo padrão das melhores usinas nucleares do mundo. Não por acaso, no ano passado, a central nuclear alcançou a terceira melhor marca de geração de sua história. Temos muito orgulho do que conquistamos”, concluiu.