A demanda por gás natural para fins de geração de energia em termelétricas poderá apresentar uma elevação de 59,4% até 2031 quando comparado a 2021. Os dados são do caderno de gás natural do PDE 2031, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética e publicado pelo Ministério de Minas e Energia. Se as projeções se confirmarem o consumo passará dos atuais 64 milhões de m³ ao dia para 102 milhões m³. Esse volume inclui as instalações existentes e as que são previstas no sistema por já terem vencido leilões, além daquelas que podem vir a vencer leilões no horizonte decenal.

Mas antes desse aumento é esperada uma queda de 2 milhões de m³ em decorrência do fim de contratos de algumas usinas. Há outra queda mais expressiva, de 2024 para 2025, que passaria de 66 milhões m³ para 59 milhões m³  ao dia por conta da crise sanitária da covid-19 que levou à postergação da necessidade de UTEs.

Os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste concentram a maior parte da demanda termelétrica máxima. No horizonte decenal, aponta o caderno, deverão ser desenvolvidos novos projetos de UTEs, considerando, inclusive, novos modelos de negócio, contribuindo com robustez para segurança eletroenergética do sistema elétrico brasileiro. Nesse sentido, é indicada a prestação de serviço de ponta ao longo da década.

De acordo com o ministério, a oferta nacional de gás na malha integrada, obtida pelo processamento da produção líquida proveniente dos campos onshore e offshore brasileiros, tem perspectivas de crescimento de mais de 100% nos próximos 10 anos. A capacidade de importação tem perspectivas de ampliação, com o aumento da capacidade do terminal de GNL da Baía de Guanabara na malha integrada para 30 milhões de m³/dia, já a partir do primeiro ano.

Do lado da demanda houve queda de cerca de 20% entre 2019 e 2020 pelos segmentos industrial, comercial, residencial e de GNV devido à crise da covid-19. Esta queda é revertida em 2021. O aumento esperado de demanda nos setores industrial, comercial, residencial e de transportes é de 3% ao ano no decênio. Ao total, a demanda deverá alcançar 47 milhões de m³ ao dia ao final do período do PDE.

A faixa de preços colocada como mais provável de ocorrer está no intervalo de US$ 14 a US$ 8 por milhão de BTU em 2031. Esse nível é o menor ao final da década que tem em 2024 a faixa mais elevada que está entre um pouco acima de US$ 10 a até quase US$ 16 por milhão de BTU. A trajetória de preços classificada como de referência varia pouco ao longo dos anos sendo o menor valor de US$ 12,4 em 2031 ao maior que é de US$ 13 em 2027, preços por milhão de BTU.