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Após a conclusão da operação com a Focus Energia, no último mês de março, a Eneva prepara um restante de 2022 com uma pegada renovável. Tradicional player na geração térmica a gás, a integração trouxe um novo universo para a empresa. Em entrevista à Agência CanalEnergia, o diretor Marcelo Lopes classificou o ano como emblemático, por colocar em prática a diversificação dos negócios pretendida na estratégia, indo além do gás natural e oferecendo novos produtos aos clientes. Esse ano, entra em operação o complexo solar Futura 1 (BA – 670 MW), originário da Focus.
A empresa mira os calendários dos leilões de térmicas divulgados esse ano. Os alvos são o leilão das térmicas da MP da Eletrobras, que deve acontecer em setembro, além do leilão de capacidade do final do ano, previsto para novembro. Já para as renováveis, a intenção é o certame A-4, que servirá como um balizador de preços. “Se o preço que o leilão pagar for melhor ou igual do mercado livre, a gente tenta monetizar o projeto via mercado regulado, senão a gente vai levar essa energia para nossa comercializadora e celebrar um conjunto de contratos com clientes finais onde a ideia é vender essa energia no Mercado Livre”, avisa Lopes.
Com a compra da Focus, a Eneva se colocou mais perto do consumidor dentro do processo de abertura de mercado, que deverá ser concluído em 2026. A energia incentivada passa a fazer parte da carteira, o que aumenta o leque de negócios. “Isso vai fazer com que a gente esteja mais preparado para poder aproveitar as oportunidades que vão surgir da abertura do Mercado Livre”, salienta. Lopes lembra ainda que ao contrário da fonte térmica, negociada predominantemente no mercado regulado, as renováveis estão sendo direcionadas em maior quantidade no ambiente livre.
Um ano após a promulgação da lei do gás, o executivo vê avanços no setor desde então. Muitos estados modernizaram suas regras regulamentando o consumidor livre e outros supridores começam a aparecer. Segundo o executivo, ainda há muito a ser ajustada no novo mercado, mas o cenário é positivo. Lopes confidencia que a empresa está perto de anunciar as primeiras vendas para um cliente final. ‘Estamos perto de poder anunciar novidades, dentro dessa nova rota de negócios”, avisa.
O surgimento de novos players de gás no mercado e as disputas nos últimos leilões para viabilização de UTEs são vistos como sinais de maturidade por Lopes, que considera normal o crescimento da concorrência e vê a Eneva em vantagem por ter o acesso à molécula. “Temos nos preparado para poder ter condição de competir em pé de igualdade ou até com alguma vantagem pela nossa expertise pelo nosso background nos próximos certames”, aponta.
A guerra na Ucrânia traz um cenário de instabilidades que pode acertar tanto o lado negativo, como no curto prazo atrapalhar tomadas de decisões que envolvem o gás, quanto o lado positivo no médio e longo prazo, que é a valorização da fonte. A crescente demanda global e a crise faz com que se escancare a dependência do insumo e favoreça o produto.
Após Futura 1, as fases 2 e 3 do complexo solar aguardarão o momento de mercado mais adequado para a implantação. Os empreendimentos já possuem o desconto no fio garantido. Com forte subida de preço nos últimos meses, o aumento da oferta de silício faz Lopes ver um caminho para o equacionamento no preço das placas solares. “Acreditamos que em um pouco mais de tempo voltará a ter um equilíbrio para podermos pensar em monetizar os projetos”, conclui.