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Apesar de elogiar pontos da reforma do setor, como a abertura do mercado livre, o CEO da Engie no Brasil, Eduardo Sattamini, alertou sobre a abordagem de temas na MP que ele considera perigosos, como a ausência de um olhar sobre a retirada de subsídios à Geração Distribuída e o fim de incentivos para usinas existentes. Em coletiva a jornalistas nesta terça-feira, 20 de maio, ele ressaltou o crescimento do segmento de GD, que acabou gerando custos, em especial aos mais pobres. Para o executivo, esse assunto deveria ser tratado de forma séria e republicana, por ser uma demanda da maior parte dos agentes, entre consumidores, geradores e distribuidores de energia.
A MP deve ser publicada nos próximos dias, mas circulam versões do texto que seria publicado com esse teor. O governo traz como carro-chefe do novo modelo a ampliação do programa de Tarifa Social e a abertura do Mercado Livre de Energia
Para o executivo, que assumiu recentemente o comando da Engie no Brasil, a solução seria o governo diminuir o ritmo de crescimento da GD, acabando com seu subsídio. A determinação em lei da redução gradual dos subsídios não estaria surtindo efeito. Ele também sugere que a GD, por não entrar nos cortes de geração, seja inserida em uma espécie de ‘curtailment’ econômico, repassando aos consumidores dessa modalidade os custos dos cortes.
O outro temor que Sattamini salientou foi o fim dos subsídios para o consumidor que compra energia incentivada de usinas renováveis em operação. Para ele, isso é um problema para todos os geradores eólicos e solares que não estão contratados no longo prazo. Quando os projetos foram idealizados, havia a prerrogativa do desconto na negociação da energia, o que na visão do executivo, justificaria a sua manutenção.
A possível chegada de Data Centers também foi citada pelo executivo. Mas ele acredita que essas plantas deveriam ter a infraestrutura energética adequada e também ficar próximas da geração de energia, a fim de reduzir os custos de transmissão.
“Defendemos o fim desses incentivos, mas para os novos parques, não para os novos contratos de parques já existentes. De certa forma, é uma quebra de expectativa e até uma quebra de contrato”, afirma.
Sobre o curtailment, Sattamini salientou a necessidade de uma solução. Os cortes são 4% da receita da Engie. Para ele, o governo deverá buscar uma saída técnica e racional, que poderá abranger o passado, o futuro ou os dois, desde que falam sentido. “Se para trás se justificar ser compensado, como é que a gente resolve para diminuir o pacto para a frente? São coisas que não competem, na verdade se alinham”, pontua.