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Para o presidente da Associação Brasileira de Atividade Nuclear, Celso Cunha, a saída da Eletrobras de Angra 3 não decreta o fim do projeto. De acordo com ele, a discussão sobre os assentos no conselho da antiga estatal por conta da ação movida pela União no STF acabou respingando na usina nuclear. “Angra 3 ficou no meio de uma discussão política sobre a participação e a venda da Eletrobras”, observa Cunha, após a abertura do NT2E, nesta terça-feira, 20 de maio, no Rio de Janeiro.

A ação questionava o acordo que limitava em 10% o poder de participação dos acionistas. A União tem cerca de 43% de participação. No acordo, o governo conseguiu o direito de ter três lugares no Conselho de Administração e um no Conselho Fiscal. Já a Eletrobras não precisará investir novos recursos no projeto de Angra 3. Maurício Tolmasquim, Nelson Hubner e Silas Rondeau foram os indicados para o CA.

Para ele, as discussões sobre a viabilidade financeira e técnica da usina já não fazem mais sentido após as sinalizações feitas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e pela Empresa de Pesquisa Energética. O ministro Alexandre Silveira também deixou seu voto favorável à usina na reunião do CNPE que decidiria o caso e foi interrompida.

Segundo o presidente da associação, qualquer banco poderia entrar na operação de financiamento da usina. A grande questão seria quem apareceria como minoritário com o governo no projeto, por conta do excesso de interferência. Cunha pede a entrada do setor privado nas futuras usinas, com a operação sendo da estatal. “O caso de Angra 3 vai ser uma transição para isso, onde o privado consiga ter mais controle”, aponta.

Ainda de acordo com Cunha, outro ponto crucial de Angra é a figura do garantidor do projeto. O dinheiro será captado no mercado, mas a operação precisa ter garantias. O ministro Fernando Haddad não estaria propenso a permitir que o governo exerça esse papel, uma vez que afeta a balança.

Ainda no evento, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Marcos Antonio Amaro dos Santos, declarou que considerava a conclusão de Angra 3 essencial. O GSI coordena o Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro. Apesar da declaração, o CDPNB não é uma voz oficial do governo para o tema, apesar de ter a participação de vários ministérios.

Para ele, a questão econômica, sobre os custos de construção e a tarifa da térmica nuclear, estariam travando o desenvolvimento da planta, que teve seu canteiro paralisado em 2015. Amaro ponderou as vantagens da usina, como ser de uma fonte considerada limpa, além de puxar todo o setor, como a mineração e o combustível nuclear.