O nível de alavancagem da Copel encerrou o segundo trimestre do ano em uma relação de 2,3 vezes o resultado ebitda (antes de juros, impostos depreciação e amortização) sobre a dívida líquida da empresa. Esse resultado foi influenciado diretamente pelo reconhecimento de dois fatores não recorrentes, os R$ 978 milhões referentes ao montante do RBSE que ainda não foi homologado pela Aneel e R$ 193 milhões de reversão de provisão de Cofins. Considerados esses valores o ebitda da empresa ficaria em R$ 540,8 milhões ante o registrado oficialmente de R$ 1,5 bilhão, o que elevaria o endividamento da estatal a 3,2 vezes, um patamar próximo dos 3,5 de limite de covenants financeiros.
Copel está confiante que reduzirá alavancagem apenas com seu fluxo de caixa
Indicador de endividamento estaria em 3,3 vezes ao se desconsiderar efeitos não recorrentes como indenização de RBSE e reversão de provisão de Cofins
24 de agosto de 2016, às 16h35
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Apesar da proximidade a estatal paranaense se mostrou confiante na reversão os números para um patamar que deverá ficar entre 2,5 e 3 vezes o ebitda ante a divida líquida. Um dos motivos é a perspectiva de geração de caixa que a empresa apresentará com a operação da linha de transmissão que ligará as usinas de Teles Pires e de São Manoel que entrou em operação recentemente e com a SPE Guaraciaba, na mesma região. Além disso, figura também a definição do 4º ciclo de revisão tarifária da distribuidora que aumentará o resultado da concessionária paranaense.
De acordo com o superintendente de Relações com Investidores da Copel, Artur Felipe Pessuti, esse nível de endividamento da empresa esta dentro do previsto pela empresa. “Não há meta especifica para a alavancagem, mas entre 2,5 e 3 vezes é o nível aceitável”, afirmou.
Ele lembrou durante sua apresentação a analistas e investidores que olhando para o histórico recente, ao final de 2015 esse indicador era de 2,7 vezes e chegou a alcançar 3,3 vezes ao final de março desse ano. Agora, recuou em função da finalização ou a proximidade de completar os investimentos e estes passarão a gerar caixa para a companhia. Mas reconheceu que atrasos nas obras atrapalharam a equação financeira porque a empresa passou a pagar despesas financeiras sem que esses projetos, principalmente de transmissão, gerassem fluxo de caixa.
Outro ponto destacado foram os investimentos da empresa na distribuidora no período de 2012 a 2015 e que passaram a ser reconhecidos a partir de julho com a revisão tarifária da empresa. “Fizemos grandes investimento e o retorno começará a fluir no início do segundo semestre, estou sendo remunerado agora pelos investimentos que foram feitos nesse período”, comentou Pessuti.
Especificamente para a distribuidora, o executivo disse que o resultado da revisão no 4º ciclo deverá dobrar o resultado da concessionária. E aponta que a previsão de ebitda é de um patamar entre R$ 650 milhões a R$ 700 milhões em 12 meses a partir de julho de 2016. No primeiro semestre esse indicador da Copel-D ficou negativo em R$ 197,7 milhões. Ele aponta que a empresa vem buscando redução de custos, implementou mudanças no programa de demissão voluntária com aumento do benefício financeiro para atrair mais pessoas para o programa, entre outras medidas para elevar o resultado e ainda atender as metas financeiras para a renovação da concessão junto à Aneel
Diferentemente de outras empresas, disse Pessuti, a Copel não deverá entrar em um ciclo de venda de ativos como outras empresas do setor para reduzir o endividamento. “Nosso próprio fluxo de caixa reduzirá a alavancagem não é necessária a venda para alcançarmos a redução”, finalizou ele.