Em teleconferência de resultados realizada nesta quarta-feira, 21 de outubro, o CEO da Noenergia, Mario Ruiz Tagle, disse acreditar em uma solução justa por parte da Agência Nacional de Energia Elétrica no pedido de reequilíbrio tarifário apresentado  pelas distribuidoras. O executivo elogiou o corpo técnico da agência e a enxerga com base legal e material técnico suficiente para deliberar sobre o tema. “Vai ser criado um grande marco do desenvolvimento do negócio a seu futuro”, avisa. A Consulta Pública 35 trata do tema.

Ruiz-Tagle lembrou ainda da disposição da Aneel em sempre preservar os contratos e que a distribuição tem feito um grande suporte financeiro e operacional para o setor elétrico, viabilizando a conta-covid por recebíveis. “Seria de muita justiça que os impactos relevantes que temos sofrido na pandemia sejam adequadamente equilibrados”, observa. Até setembro, o impacto da pandemia no Ebitda da Neoenergia é de R$ 333 milhões, ficando em R$ 36 milhões no terceiro trimestre. O grupo recebeu R$ 1,6 bilhão de recursos da Conta-Covid.

Projetos – A Neoenergia deve começar em 2023 a construção de um complexo eólico de 400 MW na Bahia, na Serra da Gameleira. O executivo revelou que esse projeto é considerado estratégico, porque até lá a empresa toca a construção de outros projetos eólicos e das suas linhas de transmissão, além do processo de desenvolvimento fundiário e ambiental do parque de Gameleiras. O projeto foi comprado em setembro deste ano da PEC Energia por R$ 80 milhões. Para o executivo, o “pior da crise já ficou para trás”, em razão do desempenho do grupo no 3º trimestre.

O parque eólico Chafariz, na Bahia, de 471,2 MW, está em construção com canteiro de 1.400 pessoas e deve entrar em operação em janeiro de 2022. A Neoenergia trabalha com a perspectiva da antecipação da operação. Já o parque Oitis, de 566,5 MW, localizado nos estados da Bahia e Piauí, está em fase de licenciamento. O início das obras está previsto para fevereiro 2021 e a entrada em operação para meados de 2022. Com a entrada de Chafariz e Oitis, metade da energia eólica da Neoenergia estará alocada no mercado livre.

Na teleconferência, o CEO da Neoenergia também revelou que na transmissão, os projetos em construção seguem com bom andamento e devem ser entregues antes do início do prazo contratual, garantido a rentabilidade prevista. Do lote 4 do leilão de abril de 2017, um dos cinco trechos já foi entregue e até o fim do ano deverá ser a vez do segundo, o que propiciará uma Receita Anual Permitida de R$ 70 milhões.