A agência de classificação de riscos Fitch Ratings estima que o impacto do GSF este ano no país deverá ficar em uma faixa de R$ 20 a R$ 30 bilhões. Esse seria o resultado de uma estimativa de fator de ajuste do MRE de 80% em média, tomando como base o que foi verificado nos quatro primeiros meses do ano. Contudo, o relatório da agência classifica o risco do setor elétrico como administrável, ao traçar um panorama dos segmentos geração, transmissão e distribuição.

Por ser publicado anteriormente ao anúncio do desligamento de 21 térmicas de CVU acima de R$ 600/MWh, o relatório não leva em conta essa redução da geração termelétrica em suas previsões.
A Fitch relata que considera que o possível aumento da inadimplência e de perdas, assim como uma perspectiva de redução do consumo em 5%, são riscos para as distribuidoras, pois as tarifas ficaram mais caras para os consumidores após a implementação da RTE e da bandeira tarifária. Além disso, a agência projeta contração de 0,4% na economia deste ano.
Apesar da crise no setor de geração com o GSF, a Fitch afirma que este segmento tem baixo risco do negócio, caracterizado por uma geração de fluxo de caixa estável e previsível, e compartilhamento do risco hidrológico. Mas, ressalta que os dois anos de estiagem continuarão pressionando os fluxos de caixa operacionais das companhias de geração de UHEs até o final de 2015.
Na avaliação da agência, apesar de acentuado volume de chuvas em março, as companhias estão gerando abaixo dos seus níveis de contratados, exigindo que eliminem o gap comprando energia no MCP. Além disso, GSF deverá ter impacto entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões no ano de 2015. Essa estimativa da Fitch leva como base o índice médio de 80% do GSF verificados nos quatro primeiros meses do ano ante os 90,7% de 2014. Em transmissão, o risco estimado é o menor entre os três segmentos por se tratar de uma área de atuação onde a receita e fluxo de caixa das empresas são mais estáveis.