A Cemig reportou um lucro líquido de R$1 bilhão em 2017, aumento de cerca de duas vezes quando comparado com o resultado do ano anterior, quando apresentou ganhos de R$ 334 milhões. Já o resultado ebitda (antes de juros, impostos, amortização e depreciação) aumentou 32,41%, para R$ 3,5 bilhões ante os R$ 2,6 bilhões de 2016, com a margem alcançando 16,09% ante os 14,05% de um ano antes.
A empresa apontou que entre as principais variações do resultado estão a receita com fornecimento bruto de energia elétrica que foi de R$23,7 bilhões em 2017, aumento de 1,16% ante 2016 mesmo com a redução de 1,36% volume de energia vendida quando excluído o fornecimento a outras concessionárias.
O mercado total de energia da Cemig caiu 0,57% no ano. Houve crescimento de 0,93% no segmento residencial, queda do industrial de 8,89% e aumento de 14,21% no comercial. Essa queda do industrial deve-se à migração de consumidores cativos para o ambiente livre e, em menor parte, dos efeitos relacionados aos níveis de atividade econômica em 2017, com impactos diretos no consumo de energia por esse segmento. O crescimento no segmento comercial vem da incorporação de novos clientes na carteira da Cemig GT.
A despesa com energia elétrica comprada para revenda foi de R$10,9 bilhões em 2017 representando um aumento de 32% quando comparada a 2016. Houve aumento de  40% na despesa com energia adquirida em leilão no exercício de 2017, aumento de 8,65% na despesa com energia proveniente de Itaipu Binacional e de 97,5% na despesa com energia de curto prazo, que foi de R$1,5 bilhão em 2017 comparado aos R$761 milhões em 2016.
Os indicadores de qualidade na área de distribuição estão dentro dos limites regulatórios estabelecidos pela Aneel. No DEC é exatamente o definido como máximo, em 10,83 horas, já o FEC fechou o ano em 5,44 vezes, ante as 7,56 vezes autorizadas.
Os principais investimentos realizados em 2017 referem-se principalmente aos aportes realizados na Guanhães, em construção de PCHs, e na usina de Belo Monte, já em fase final de construção e necessitando de menores aportes em relação ao passado, no montante de R$233 milhões.
No segmento de distribuição, os investimentos realizados foram de R$ 983 milhões, sendo R$ 261 milhões em alta tensão, R$ 707 milhões em média e baixa tensão, além de R$15 milhões em outros projetos. Dos investimentos em alta tensão, foram construídas e/ou ampliadas 29 subestações e construídos, 3.728 km e 320 km de linhas de distribuição de média e alta tensão, respectivamente. Em transmissão o plano plurianual de 2017 a 2025 é de aportes que somam R$ 1,1 bilhão.
Por segmento de atuação a Cemig obteve lucro líquido em geração e transmissão, sendo de R$ 93,5 milhões e de R$ 660,5 milhões, respectivamente. Já em distribuição as perdas somaram R$ 81 milhões. A diferença para o resultado anual do grupo foi dividido nas outras áreas de atuação, que inclui telecomunicações, gás e outras atividades.
Já em termos de desinvestimentos, no ano passado a empresa somou R$ 1,8 bilhão com destaque para as alienações de Units da Taesa que renderam R$ 717 milhões, a venda do Complexo Eolico Alto Sertão II da Renova para a AES Tietê com R$ 600 milhões e ações da TerraForm Global à Brookfield por R$ 352 milhões. O endividamento da Companhia, em 31 de dezembro de 2017, no valor de R$14.398 milhões, tem seu cronograma de amortizações com prazo médio de 4,1 anos.