Olá, esse é um conteúdo exclusivo destinado aos nossos assinantes
Cadastre-se GRATUITAMENTE ou faça seu LOGIN e tenha acesso:
Até 5 conteúdos
fechados por mês
Ficar por dentro dos cursos e
eventos do CanalEnergia
Receber nossas newsletters e
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
Notícias abertas CanalEnergia
ou
Já sou cadastrado,

A Associação Brasileira de Geração Termelétrica está preocupada com a realização do Leilão de Reserva de Capacidade, que deveria ser realizado este ano, mas foi cancelado e ainda não tem nova data. Durante painel no NT2E, nesta quarta-feira, 21 de maio, o presidente da Abraget, Xisto Vieira, avaliou que o leilão está atrasado pelo menos três anos e é o único instrumento de confiabilidade previsto. Para ele, um novo adiamento piora as condições de operação. “Quando atrasa a confiabilidade do sistema, ele está sujeito a diversos tipos de ocorrências. Vemos com muita preocupação o adiamento”, avisa Vieira.

Para ele, o governo poderia ter feito o certame, que estava previsto para o fim de junho. Havia o temor de uma judicialização por conta de questionamentos ao edital. Há a expectativa de uma grande contratação de usinas térmica a gás. O pior cenário para Vieira seria o leilão não acontecer e ele dá como exemplo o LRCAP de 2021, em que também havia arestas a serem aparadas, mas que acabou sendo realizado. Recentemente, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico deliberou pela antecipação de térmicas viabilizadas nesse leilão para reforço da ponta.

O tema da confiabilidade do sistema foi bastante citado pelo presidente da associação. Segundo ele, o LRCAP foi concebido para ser um leilão de confiabilidade, sem se basear em demanda. Mas esse aspecto vem sendo deixado de lado em detrimento da flexibilidade. Essa poderia vir na maior parte através de um monitoramento adequado do sistema, uso de índices auxiliares com inteligência artificial e programas de atuação da operação no curto prazo.

Ainda de acordo com Vieira, aspectos como clima e preço vem se sobrepondo ao longo dos anos, deixando a confiabilidade em um lugar secundário. O apagão de agosto de 2023, que atingiu vários estados, foi citado como falta de robustez do sistema, o que justificaria a urgência da realização do leilão de capacidade. Outro apagão recente, o da Península Ibérica, na Espanha e Portugal, também foi lembrado, já que antes do evento teriam ocorrido 34 oscilações sistema.

“O leilão está sendo desvirtuado do seu conceito original, está atrasado e causando danos ao sistema”, aponta.

A reforma do setor, que deve ser apresentada essa semana, também foi alvo de ponderações do presidente da Abraget. Ele diz ter sentido falta de uma abordagem sobre o planejamento da expansão. Além das alterações feitas pelo operador em prol da flexibilidade, decisões tomadas pelo legislativo, como no caso da MP da Eletrobras, que determinava a contratação de térmicas. “Tem que ter um estudo, não pode ser na conversa. Tudo depende de estudos”, observa.