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A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica deverá apresentar nos próximos dias uma solução para os cortes de energia, o curtailment. De acordo com o vice-presidente da Absolar, Marcio Trannin, que conversou com o CanalEnergia no NT2E nesta quarta-feira,21 de maio, essa solução foi elaborada através de reuniões internas da associação e será apresentada ao Ministério de Minas e Energia, que organizou um grupo de trabalho sobre o tema. Trannin vê boa vontade do governo para resolver o problema, que têm assolado geradores solares e eólicos causando perdas bilionárias.
“Quando se perde R$ 4 bilhões do seu investimento nesse tipo de coisa, significa que alguém precisa parar e olhar. O governo fez isso ao nos envolver nesse GT e tem grandes chances de ser bastante produtivo”, explica. Para ele, é positivo que a associação participe do GT e que há uma perspectiva de solução.
Ainda de acordo com Trannin, a solução deve envolver o ‘passado’ – as perdas financeiras ocasionadas – e o futuro dos cortes, mesmo que em medidas separadas. Segundo ele, o passado é um passivo financeiro muito grande das geradoras que não pode ser abandonado. Para o futuro, a solução passaria por uma série de itens, como reforços na operação do sistema e a definição de um montante que seria arcado pelos investidores. “Tem que resolver os dois, se não vai ser uma meia solução”, avisa.
A possível entrada GD no rateio do curtailment nessa solução não foi avaliada pela associação. A modalidade fica de fora dos cortes por estar fora do alcance do operador.
Durante painel do evento, Trannin destacou que os problemas do setor ocorriam poque o país é pensado apenas para quatro anos. Ele citou o Reseb, que já previa a abertura de mercado, mas que até hoje não foi feita. Ele considera que a GD é uma abertura de mercado feita a fórceps, já que nenhum governo teve coragem de fazer. “Enquanto tiver essa preguiça governamental, não vamos caminhar”, pontua.
Ele considera que a reforma do setor é capenga, porque não aborda pontos importantes na expansão, que estaria desequilibrada. Para Trannin, hoje ela é descentralizada, sem mecanismos para que o mercado a calibre. Segundo ele, sem atributos, não há sinais e a forte competitividade da solar fará com que ela continue se sobrepondo as outras nas contratações. Por conta disso, fenômenos como a curva do pato – que mostra a oscilação ente a demanda de energia e a geração fotovoltaica – continuarão a acontecer e a exigir respostas fortes do operador.